Vegetação

Os remanescentes vegetacionais do Município de Luiz Alves serão classificados de acordo com o Sistema de Classificação da Vegetação Brasileira proposto pelo IBGE (1992). As ocorrências de estágios sucessionais da Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica) na região serão classificadas de acordo com o procedimento de RODERJAN (2006) para a classificação de vegetação, que considera a seguinte legenda para o mapeamento da cobertura vegetal:
– Floresta atlântica do início das encostas (Floresta Ombrófila Densa Sub-montana)

– Várzeas (Áreas de Formações Pioneiras com Influência Flúvio-lacustre herbáceo-arbustiva).

– Áreas Antropizadas

– Sucessão Vegetal

– Estágio Intermediário (capoeiras)

– Estágio Inicial da Sucessão Vegetal (capoeirinhas) está compreendido na categoria Agropecuária em função de seu caráter efêmero, ou seja, passível de ser transformado a qualquer momento em atividade antrópica, agrícola.

– Agropecuária (cultivos agrícolas, principalmente banana e Fase Inicial da Sucessão Vegetal – capoeiras).
– Reflorestamentos (povoamentos ou plantios de monoculturas arbóreas).


Caracterização dos Tipos de Vegetação Ocorrentes no Município de Luiz Alves:

Floresta atlântica (floresta ombrófila densa)

Floresta atlântica do início das encostas (Floresta Ombrófila Densa Sub-montana)

 

Essas formações florestais ocupam praticamente todo o Município de Luiz Alves. Estão situadas entre aproximadamente 20 e 600 m s.n.m. Apresentam a maior diversidade vegetal das formações da Floresta Atlântica e são muito significativas no município (morraria e demais áreas), resultante da melhor característica de seus solos (Argissolos, Latossolos e Cambissolos) e, até certo ponto, maior dificuldade para o uso dos terrenos com relevos mais energéticos.

 

Apesar das características fitofisionômicas e florísticas apresentarem semelhanças com a Ombrófila de Terras Baixas, esta formação se mostra mais exuberante na região devido ao maior grau de conservação, resultante de condicionantes legais e inacessibilidade às áreas mais elevadas e de encostas, conforme 08-MapaAPP, apesar do uso intenso dessas regiões para o cultivo da banana e reflorestamentos, em locais mais próximos às áreas de núcleos urbanos e rurais.

 

Apresenta uma cobertura tipicamente florestal, com uma estratificação bem diferenciada, principalmente nas regiões mais altas e nas encostas mais preservadas, chegando a atingir até 35 metros de altura (dossel). A composição florística é representada por canela preta (Ocotea catharinensis – Lauraceae), sapopema (Sloanea guianensis – Elaeocarpaceae), guapuruvu (Schizolobium parahyba – Caesalpiniaceae), bocuva (Virola bicuhyba – Myristicaceae), tapiá, licurana (Hyeronima alchorneoides – Euphorbiaceae), jequitibá (Cariniana estrellensis -Lecythidaceae), caoví (Pseudopiptadenia warmingii – Mimosaceae), cangerana (Cabralea canjerana), cedro (Cedrela fissilis – Meliaceae) e guaricica (Vochysia bifalcata – Vochysiaceae).

Nos estratos inferiores distingüem-se bacoparí (Garcinia gardneriana – Clusiaceae), Guapira opposita (Nyctaginaceae), macuqueiro (Bathysa meridionalis), e pimenteiras (Psychotria nuda e P. suterella -Rubiaceae), palmiteiro, guaricanas (Geonoma schottiana e G. Elegans -Arecaceae) e xaxim (Cyathea hirsuta – Cyatheaceae).

 

Acompanhando estas espécies, nas regiões mais baixas da bacia do Rio Luiz Alves, pode ocorrer uma variação das mesmas, ou seja, podem apresentar características de Floresta Submontana Aluvial (ciliar ou próxima ao corpo hídrico), com elementos florísticos mais hidrófilos. Nas regiões em que o rio perde suas energia e forma áreas de planícies mais extensas (parte mais ao sul do município), podem aparecer algumas formações de várzeas, com seus componentes genuinamente herbáceos e arbustivos, muito adaptados às áreas úmidas (banhados, planície aluvial, etc).

 

Seus remanescentes na região de Luiz Alves cobrem a maioria dos morros e suas encostas. Com poucas exceções foi explorada seletivamente, o que resultou na existência predominante de florestas secundárias, determinada pela presença significativa de guapuruvús e embaúbas e raras áreas com florestas primárias alteradas. Em muitos locais, sua retirada foi total para implantação de agricultura e reflorestamentos, para e a extração madeireira em topo de morros e encostas sem vegetação.

 

De uma forma geral, a vegetação de Luiz Alves ainda apresenta remanescentes arbóreos representativos da Floresta Atlântica (Floresta Ombrófila Densa), em áreas mais afastadas dos usos agrícolas, em topos de morros e encostas mais íngremes. Ressalta-se que o caráter agrícola do município determina uma série de pressões sobre seus componentes naturais, principalmente sobre a cobertura vegetal, relacionada ao avanço da fronteira agrícola nos morros, encostas e outros terrenos protegidos. Dessa forma há que se avaliar as reais necessidades da expansão da agricultura para essas áreas, uma vez que a proteção e conservação das mesmas garante alguma estabilidade, fertilidade e produtividade nos terrenos limítrofes. Cabe ainda salientar que essas áreas não apresentam características edáficas, que possam suportar as culturas por muito tempo.