Dia mundial de luta contra as hepatites virais

No dia 28 de julho acontece o dia mundial de luta contra as HEPATITES VIRAIS.

A hepatite é a inflamação do fígado e pode ser causada por vírus, uso de alguns remédios, álcool e outras drogas, além de doenças autoimunes, metabólicas e genéticas.

As hepatites virais são doenças provocadas por diferentes vírus e os mais relevantes são os vírus A, B, C, D e E.

Abaixo seguem as tabelas com os dados de notificação das hepatites virais no município de Luís Alves nos anos de 2006 a 2011.

NOTIFICAÇÕES EM LUÍS ALVES

AGRAVO

2006

2007

2008

2009

2010

2011

TOTAL

HEPATITES VIRAIS

07

02

18

24

16

10

77

 

NOTIFICAÇÕES COM CASOS CONFIRMADOS EM LUÍS ALVES

AGRAVO

2006

2007

2008

2009

2010

2011

TOTAL

HEPATITES VIRAIS

06

02

03

05

03

01

25

Fonte: Sinan Windows e Sinan Net

Observando este quadro nota-se que são notificados em média  13 casos por ano, sendo que destes 13, em média, 4 são confirmados, o que não traz um dado fidedigno do total de pessoas que possam estar com o vírus,  pois muitas não sabem que o contraíram por não apresentarem sintomas (como poderão ver abaixo).

Formas de transmissão:

As hepatites virais A e E são transmitidas pela via fecal-oral e estão relacionadas às condições de saneamento básico, higiene pessoal, qualidade da água e dos alimentos.

As hepatites virais B, C e D são transmitidas pelo sangue (via parenteral e vertical), esperma e secreção vaginal (via sexual), sendo esta última incomum para hepatite C. Assim, a transmissão pode ocorrer pelo compartilhamento de objetos contaminados como: lâminas de barbear e de depilar, escovas de dente, alicates de unha, materiais para colocação de piercing e para confecção de tatuagens, instrumentos para uso de drogas injetáveis (cocaína, anabolizantes e complexos vitamínicos), inaláveis (cocaína) e pipadas (crack), acidentes com exposição a material biológico e procedimentos cirúrgicos, odontológicos e de hemodiálise em que não se aplicam as normas adequadas de biossegurança. A transmissão via transfusão de sangue e hemoderivados é rara em face da triagem sorológica obrigatória nos bancos de sangue (desde 1978 para a hepatite B e 1993 para a hepatite C).

Geralmente, a transmissão vertical ocorre no momento do parto e dentre as hepatites virais o risco é maior para hepatite B, ocorrendo em 70% a 90% dos casos cujas gestantes apresentam replicação viral. Ressalta-se que os recém-nascidos de mães HBsAg reagentes devem receber a primeira dose da vacina contra hepatite B e imunoglobulina. A infecção via transparentária e incomum. Na hepatite C, esse mecanismo de transmissão é menos frequente, apesar da possibilidade de transmissão pelo aleitamento materno. Não ha evidências conclusivas de aumento do risco à infecção, exceto na ocorrência de fissuras ou sangramento nos mamilos.

Nesse último contexto apresentado, pode-se ressaltar a grande importância da realização do pré-natal, pois nesta ocasião são solicitados exames específicos que detectam o vírus, para que numa eventual ocorrência possam-se tomar as devidas providências.

Quanto aos sintomas eles podem ser divididos em:

Sintomático ictérico

Indivíduo que desenvolveu icterícia (amarelão) subitamente (recente ou não), com ou sem sintomas como febre, mal-estar, náuseas, vômitos, mialgia, colúria e hipocolia fecal.

Indivíduo que desenvolveu icterícia subitamente e evoluiu para óbito, sem outro diagnóstico etiológico confirmado.

Sintomático anictérico (sem amarelão)

Indivíduo sem icterícia, que apresente um ou mais sintomas como febre, mal-estar, náusea, vômitos, mialgia e que, na investigação laboratorial, apresente valor aumentado das aminotransferases.

Assintomático

Indivíduo exposto a uma fonte de infecção bem documentada (na hemodiálise, em acidente ocupacional com exposição percutânea ou de mucosas, por transfusão de sangue ou hemoderivados, procedimentos cirúrgicos/odontológicos/colocação de piercing/tatuagem com material contaminado, por uso de drogas endovenosas com compartilhamento de seringa ou agulha.

Comunicante de caso confirmado de hepatite, independente da forma clínica e evolutiva do caso índice.

Indivíduo com alteração de aminotransferases no soro, igual ou superior a três vezes o valor máximo normal dessas enzimas, segundo o método utilizado.

As hepatites são doenças de grande relevância na saúde pública, pois estas podem evoluir tornarem-se crônicas, causar danos graves no fígado podendo levar a morte.

Medidas de Prevenção:

Hepatites A e E

Utilizar água potável e a medida mais eficaz para o controle das doenças de veiculação hídrica, como as hepatites por vírus tipo A e E.

Saneamento básico, evitar a construção de fossas próximas a poços e nascentes de rios para não comprometer o lençol d'agua. Respeitar por medidas de segurança, distancia mínima de 15 metros entre o poço e a fossa do tipo seca e de 45 metros, para os demais focos de contaminação.

Manter boa prática de higiene na lavagem das mãos após o uso do banheiro troca de fraldas, manuseio do lixo da cozinha e do banheiro, antes e durante a preparação de alimentos e de se alimentar. Instituições como creches, pré-escolas e outras, devem mantes medidas rigorosas de higiêne, desinfecção de objetos bancadas e chão, utilizando hipoclorito de sódio 2,5% ou água sanitária.

Os alimentos devem ser cozidos adequadamente, principalmente mariscos e frutos do mar.

Aqueles que são consumidos crus deve-se realizar a lavagem e desinfecção com hipoclorito de sódio.

As crianças não devem tomar banho ou brincar perto de valões, riachos, chafarizes, aguas de enchentes ou locais próximos a esgotos a céu aberto.

Na residência onde haja individuo com hepatite A, deve-se lavar o banheiro utilizando hipoclorito de sódio.

Hepatites B, C e D

Não compartilhar objetos de uso pessoal como lâminas de barbear e de depilar escovas de dente, materiais de manicure e pedicure e o uso de preservativos em todas as praticas sexuais e a vacinação contra hepatite B para as populações específicas.

Os trabalhadores da saúde devem obedecer às normas universais de biossegurança e estarem vacinados contra a hepatite B.

Manicures/pedicures e podólogos devem utilizar materiais esterilizados e descartáveis.

Os comunicantes de pacientes com marcadores sorológicos reagentes para hepatites B, C ou D devem ser investigados por meio de exames específicos e vacinados contra hepatite B, se indicado. Devendo utilizar preservativo de látex (camisinha) em todas as praticas sexuais.

Usuário de drogas injetáveis e inaláveis – não compartilhar agulhas, seringas, canudos e cachimbos para uso de drogas, além de realizar vacinação contra a hepatite B e usar preservativos em todas as praticas sexuais.

Filhos de mães HBsAg reagente – devem receber a primeira dose da vacina contra hepatite B e imunoglobulina preferencialmente nas primeiras doze horas de vida. Se estas normas forem devidamente obedecidas, a amamentação não traz riscos adicionais para os recém-nascidos.

Essas medidas de prevenção são de suma importância para diminuição da disseminação da doença.

Imunização (vacinas) nas Hepatites existem apenas vacinas para o tipo A e B.

Vacinação contra o vírus da hepatite A

A vacina esta disponível nos Centros de Referencia para Imunobiológicos Especiais (CRIE).

Esta indicada para portadores de hepatopatias de qualquer etiologia, inclusive portadores do vírus da hepatite C (VHC); portadores crônicos do vírus hepatite B (VHB); coagulopatias; fibrose cística; trissomias; imunodepressão terapêutica ou por doença imunodepressora; hemoglobinopatias; doenças de depósito. Também para crianças menores de 13 anos com HIV/aids; adultos com HIV/aids que sejam portadores do VHB ou VHC; candidatos a transplantes de órgão sólidos, cadastrados em programas de transplantes; transplantados de órgão solido ou de medula óssea e doadores de órgão solido ou de medula óssea, cadastrados em programas de transplantes.

Vacinação contra o vírus da hepatite B

O Programa Nacional de Imunizações normatiza a vacinação universal dos recém-nascidos e dos adolescentes (população menor que 29 anos), gestantes, após o primeiro trimestre de gestação e também dos grupos populacionais mais vulneráveis, tais como: profissionais de saúde; caminhoneiros; bombeiros; policiais militares, civis e rodoviários envolvidos em atividade de resgate; carcereiros de delegacias e penitenciarias; usuários de drogas injetáveis e inaláveis; pessoas em regime carcerário; pacientes psiquiátricos; homens que fazem sexo com homens; profissionais do sexo; populações indígenas (todas as faixas etárias); comunicantes domiciliares de portadores de HBsAg positivos; pacientes em hemodiálise; politransfundidos; talassemicos; portadores de anemia falciforme; portadores de neoplasias; portador de HIV (sintomáticos e assintomáticos); portadores de DST (doença sexualmente transmissível) portadores de hepatite C; coletores de lixo hospitalar e domiciliar; manicure e pedicure. E também, para pacientes imunocomprometidos, com insuficiência hepática (fazendo hemodiálise) ou transplantada.